Quando excluímos o câncer de pele das estatísticas, o câncer intestinal, é o 2º tipo mais frequente, com um risco de desenvolvimento deste, ao longo da vida, de até 5%, ou seja, uma em cada vinte pessoas poderão vir até esse tipo de doença.
A Força-Tarefa americana (USPSTF) sobre triagem do câncer estima que, na ausência de prevenção, entre 7,7% e 8,5% das pessoas desenvolveriam o câncer durante uma vida (ao longo de 40 anos) e uma boa parte dessas pessoas morreriam da doença.
As taxas de incidência são mais altas nos países desenvolvidos, mas espera-se que a crescente ocidentalização da dieta e do estilo de vida nos países em desenvolvimento aumentem significativamente a carga global desta doença até 2030.
Já está bem comprovado a relação pólipos do cólon (intestino grosso) e o câncer. Estudos mostraram que pólipos > que 1 cm, quando não são retirados, tiveram um risco de 24% de evoluírem para câncer no local do pólipo e com esse risco subindo para 35% em qualquer local intestinal após 20 anos.
Na verdade, a detecção de lesões pré-cancerosas é agora um objetivo importante na prevenção, uma vez que a remoção dos pólipos durante a colonoscopia previne eficazmente o câncer.
A prevenção do câncer através da detecção e remoção de uma lesão pré-cancerosa é uma característica única do câncer intestinal e de apenas algumas outras doenças malignas, o câncer da cérvix uterina seria um outro exemplo.
O tempo médio geral da evolução de um pólipo para o câncer varia de 10 a 25 anos, contudo esse tempo pode ser mais curto, quando falamos do desenvolvimento pré-clínico do câncer até a detecção dele, propriamente disto (sintomático), neste caso estima-se entre 1,6 a 4 anos.
Os pólipos variam em número (um ou vários), no tamanho (milímetros ou > que 1 cm), na localização e no tipo de pólipo (tipo histológico). Existem basicamente cinco tipos: inflamatórios, hiperplásicos, túbulo-adenomatosos, túbulo-vilosos e os serrilhados. Os vilosos e serrilhados são os mais propensos a se transformarem em câncer.
O tamanho é importante. Pólipos > 5 mm são os mais comuns (75%) e raramente evoluem para câncer. Pólipos de 6 a 9 mm tem até 12% de chance de evoluírem para câncer. Já pólipos > 1 cm tem até 30% de chances de malignização.