A quantidade de lactose varia entre os queijos
A nossa espécie existe há mais de 200.000 anos e contou para o seu sucesso com o leite humano. No entanto o consumo o leite de outros mamíferos (vacas e cabras), só ocorreu após a domesticação desses animais e isso se deu há cerca de 10 mil anos atrás.
A lactose (o “açúcar do leite”) é um componente importante do leite, o principal carboidrato e fonte de energia da maioria dos leites de mamíferos. É formada pela união da galactose com a glicose. A quebra dessa ligação requer uma enzima chamada lactase, após isso a glicose é absorvida pelo intestino delgado.
Em geral em torno de 50% das pessoas podem ser intolerantes a lactose (podendo chegar a > 90% em certas regiões do planeta). Os seres humanos perdem 90 a 95 por cento dos níveis de lactase ao nascer na primeira infância, havendo um declínio contínuo da lactase ao longo da vida. Sendo esse o mecanismo da intolerância à lactose.
Existe uma diferença nítida e clara entre alergia ao leite (proteína) e intolerância ao leite (lactose). São dois problemas distintos, o 1º surge logo no 1º ano de vida, o 2º tem um pico aos 6 anos de idade. O 1º tende a desaparecer aos 2-5 anos de idade, o 2º é irreversível. O 1º além dos sintomas digestivos, cursa com sintomas de alergia (urticária, inchaço nos lábios, na língua).
Os sintomas típicos da intolerância à lactose é bem conhecido, distensão abdominal, diarreia, dores não bem localizadas, gases, náuseas. Mas podem existir sintomas extra intestinais tais como cefaleias, vertigens, déficit de memória em até 20% dos casos.
Uma das dúvida se refere ao teor de lactose nos diversos tipos queijos. Alguns queijos contêm quantidades insignificantes de lactose, que é = transformado em ácido lático durante sua fabricação.
Segue uma tabela (g/100g)
Gorgonzola: traços
Emmental: Traços
Prato 0,03
Brie 0,3
Camembert 0,3
Queijo azul 0,4
Gouda < 1,0
Parmesão < 1,0
Provolone < 1,0
Queijo de coalho 1,3
Minas frescal 2,5
Mussarela 3
Cottage 3
Crem cheese 3
Ricotta até 4
Uma das dúvidas naqueles com dieta sem o leite é a baixa ingestão de cálcio, podendo afetar o metabolismo ósseo, levando a uma diminuição da massa óssea. Além disso, deficiência de vitamina D pode agravar a diminuição da massa óssea.
Portanto, é fundamental diagnosticar precocemente a deficiência de lactase e abordar a baixa ingestão de cálcio e a deficiência de vitamina D por meio de ajustes na dieta. Essa abordagem proativa é essencial para prevenir problemas no metabolismo ósseo e o início precoce da osteoporose. A ingestão de cálcio dia deve ser de 1 g/dia.
A quantidade de lactose presente no leite de gado gira em torno de 5% e o chamado leite “sem lactose”, tem na realidade perto de 1%, essa queda é resultado da adição da lactase ao leite. Pessoas com grave intolerância à lactose, ainda podem ter sintomas quando usam o leite “sem lactose”, mas para aqueles que o toleram, passa a ser uma boa opção.